Valmir Cruz, espírito
de dedicação à coletividade, mandou-me mensagem natalina, só agora recebida.
Grato. Valmir é jovem de responsabilidade, trabalhador, sincero. Dirige o
ginásio de Anginal exemplarmente (Campanha Nacional de Escolas de Comunidade).
Prefeito de São Gonçalo (administração profícua). Visitei São Gonçalo. Cidade
bem cuidada, limpa, progressista. Em tudo ali enxerguei a inteligência de
Valmir.
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As professôras Mareda
e Delsa (Instituto Nacional do Livro) regressam ao Rio. Um mês quase de
trabalhos profícuos de dedicação de convivência amiga no curso de bibliotecário
e de implantação do carro biblioteca. Deixaram riquezas de simpatia.
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Do Rio, Pedro
Vasconcelos Filho (MOBRAL) trouxe-me "Autoridade e Liberdade na
Educação". Presente régio. Grato.
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É certo: a vida
intelectual do Piauí encontra-se parada, estagnada, com algumas
manifestações-oásis. Há vontadosos esforços para movimentá-la. Mas tal estagnação
é conseqüência, é efeito. Bom que se pesquisem as causas. Conhecidas estas,
aplique-se o remédio salvador. As solenidades literárias em Teresina contam com
pequena assistência - assistência de amizades pessoais e não de interessados
nas causas da inteligência e do espírito. Uma tristeza. O escritor piauiense
necessita de passear nas ruas, bater às portas de repartições para esmolar a
graça de auxílio. Neste terra raros se dedicam à leitura. Campeia a
mediocridade, a futilidade, a superficialidade. Necessária a reação, que será
de responsabilidade, em primeiro lugar, do jornalismo - do jornal e do rádio
como organismos de convocação para a vida intelectual. Mais se publica notícia
de crime, de brigas de meretrício, de futricarias políticas do que festas do
espírito. Mais se propagandeiam festinhas e festocas do que reuniões de cunho
nitidamente literário. Nem tudo, porém, está perdido. Impõem-se novos caminhos
e muita gente de responsabilidade existe para encontrá-los.
In: TITO FILHO, A.
Caderno de anotações. Jornal do Piauí,
Teresina, p. 2, 29 jan. 1971.
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