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quarta-feira, 16 de julho de 2014

CADERNO DE ANOTAÇÕES (142)



Lilizinha Castelo Branco de Carvalho entregou ao público nôvo romance, nomeado "A Mendiga do Amparo", mais um esfôrço da COMEPI (Deoclécio Dantas) para divulgar a obra literária piauiense. Louve-se, antes de tudo, o trabalho da editôra, bem cuidado, seguro na apresentação gráfica, de revisão asseada. E alteie-se a riqueza de sentimentos da autora no oferecimento espiritual do livro: ao espôso, êsse invulgar Hermógenes Ferreira de Carvalho, a Simplício Mendes, a grande amizade, a Helvídio Nunes de Barros, que ofereceu a oportunidade da publicação ao tempo em que governou o Piauí, a Tito Filho, que nada merecia, mas obteve a boa fortuna da simpatia da romancista. Escreveu Lilizinha, coração dourado de bondade: "Lembre-se que ela (a obra) é um pouco do senhor também". Acredito. Levei a Lilizinha dedal de incentivo - incentivo sincero, animação justa, entusiasmo verdadeiro. Li o romance antes de ser publicado. Apreciei-lhe a desenvoltura, o conteúdo humano e social, a dose psicológica concedida ao tratamento das personagens. Narrativa simples - compõe-se o livro daquela simplicidade de expressão caracterizadora da criação literária real. Linguagem fluente, viva, mais se evidencia pelos diálogos bem conduzidos. E mais: são fiéis os diálogos familiares e os populares. Há reprodução quase perfeita da conversação de pessoas humildes - reprodução da fala que poderia dizer-se que pertence àquele aspecto rústico peculiar de tôdas as línguas, em todos os tempos e em todos os espaços. Encontra-se no romance objetivo educacional, com a descrição de monumentos e apresentações do talento artístico de franceses, italianos e portuguêses. Quadros também da história e da vida social. De parabéns a escritora e as letras piauienses.

In: TITO FILHO, A. Caderno de anotações. Jornal do Piauí, Teresina, p. 2, 19 fev. 1971.  

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