Lilizinha Castelo
Branco de Carvalho entregou ao público nôvo romance, nomeado "A Mendiga do Amparo", mais um
esfôrço da COMEPI (Deoclécio Dantas) para divulgar a obra literária piauiense.
Louve-se, antes de tudo, o trabalho da editôra, bem cuidado, seguro na
apresentação gráfica, de revisão asseada. E alteie-se a riqueza de sentimentos
da autora no oferecimento espiritual do livro: ao espôso, êsse invulgar
Hermógenes Ferreira de Carvalho, a Simplício Mendes, a grande amizade, a Helvídio
Nunes de Barros, que ofereceu a oportunidade da publicação ao tempo em que
governou o Piauí, a Tito Filho, que nada merecia, mas obteve a boa fortuna da
simpatia da romancista. Escreveu Lilizinha, coração dourado de bondade: "Lembre-se que ela (a obra) é um pouco do
senhor também". Acredito. Levei a Lilizinha dedal de incentivo -
incentivo sincero, animação justa, entusiasmo verdadeiro. Li o romance antes de
ser publicado. Apreciei-lhe a desenvoltura, o conteúdo humano e social, a dose
psicológica concedida ao tratamento das personagens. Narrativa simples -
compõe-se o livro daquela simplicidade de expressão caracterizadora da criação
literária real. Linguagem fluente, viva, mais se evidencia pelos diálogos bem
conduzidos. E mais: são fiéis os diálogos familiares e os populares. Há
reprodução quase perfeita da conversação de pessoas humildes - reprodução da
fala que poderia dizer-se que pertence àquele aspecto rústico peculiar de tôdas
as línguas, em todos os tempos e em todos os espaços. Encontra-se no romance
objetivo educacional, com a descrição de monumentos e apresentações do talento
artístico de franceses, italianos e portuguêses. Quadros também da história e
da vida social. De parabéns a escritora e as letras piauienses.
In: TITO FILHO, A.
Caderno de anotações. Jornal do Piauí,
Teresina, p. 2, 19 fev. 1971.
Nenhum comentário:
Postar um comentário