LIVRO que se
recomenda: "Arte Popular e Folclore",
de Christensen. Aspectos das manifestações espirituais de coletividade
norte-americanas. E artesanato. Lições de história do artesanato. A máquina
sufocando o artesanato como atividade lucrativa. Obra bem escrita, de muita
clareza.
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HAROLDO Borges
dedica-me "Como conquistar, falando", de Marques Oliveira. Tratado de
psicologia do auditório hostil. Ensinança para oradores. Demonstração de como
dominar ouvintes de discursos. Grato.
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MARIA Helena Coelho,
25 anos de idade, remete-me, da Guanabara, o seu primeiro livro: "Bruxaria no pé de feijão". Na
última capa do volume está a mensagem: "Eu sou Maria Helena, vim da guerra, meu nome é Helena von Eitcher,
sinto o mundo, o meu século é de espera, vim de um morro, eu sou
Helena-sem-Terra. Sou nulista, nada existe. Tudo existe, mas onde o sem-guerra?
Venho das profundezas do inferno, e reina um éter que só é perda, perda. Tudo
na vida pe de espera". OBSERVAÇÃO. Livro-redemoinho. Grato. Comentário
proximamente.
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NESTE "Jornal do Piauí" que o Secretário
de Agricultura pretende montar jardim zoológico em Teresina. Jardim de animais
piauienses, nacionais ou internacionais? Pacas, tatus, capivaras, emas,
pássaros de variada côr, onças e quatis? Também cangurus, girafas, hipopótamos,
hienas, leões, iaques, bisões? Será parque turístico digno de ver. E de
admirar. HABITAT (paisagem natural) para a fauna estrangeira. Quanto vai custar
a atração? Quem alimentará tal bicharia? Não basta que vivam subnutridos tantos
sêres humanos e os poucos jabutis e macaquinhos da praça da Bandeira? Está em
tempo de o Piauí criar juízo. Em lugar de prender bichos no Pirajá, o ilustre
pernambucano da Secretaria de Agricultura trabalharia melhor com os bovinos
doentes do Piauí, com a agricultura abandonada e de subsistência dos caboclos
interioranos. Mande o Secretário verificar quanto se gasta para o sustento do
jardim botânico da Quinta da Boa Vista, no Rio; paisagem natural, fabricada,
para animais de outras terras, alimentação especial, corpo de veterinários. E
interessante: o zoológico do Rio vive deserto de visitantes. Só aos domingos
recebe gente. Teresina necessita de bicho na panela: chega de veados e da boa
quantidade de animais intelectualizados que passeiam as ruas. De bicho, os
vinte e cinco do jôgo respectivo representam constante atração. Bom que se
recorde o gesto aplaudido de Haroldo Borges, ano passado. Havia na praça da
Bandeira, enjaulada, uma onça. Mofina. Esperta. Exigente de apetitosos filés
crus na alimentação. Haroldo, bom prefeito, emprestou-a ao Rio. Quiseram
devolvê-la. Haroldo achou acertado doá-la. E desta forma praticou. Não vá o
Secretário de Agricultura atual fazer viveiro de gambás. Gambá do século vinte
exige uísque. E tipo escocês.
In: TITO FILHO, A.
Caderno de anotações. Jornal do Piauí,
Teresina, p. 5, 4 dez. 1971.
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