POESIA - Com
homenagem especial a Helvídio Nunes e Clímaco de Almeida, também dedicado a
Renato de Alencar, João Turíbio Monteiro de Santana, Tito Filho, Raimundo
Holanda Sobrinho, Raimundo Nonato Monteiro de Santana, Walter Sebastião Vinhas,
Lupinha de Aguiar e afetiva recordação da mãe, dos irmãos, dos cunhados e
sobrinhos da autora, está presente na coletividade piauiense o livro de Judith
Santana - "Salmos do Meu Destino"
- primorosa edição da COMEPI.
Escrevi estas
expressões para a página de abertura da obra: "Talvez a terra lavada de sol e cheia de colorido seja muito responsável
pela inspiração dos criadores piauienses de poesia. A gente dessas bandas é
invencível lidadora das letras, apaixonada da beleza. E Judith Santana não foge
do mandamento: poetisa do mais alto mérito, parece que tem afeto [apagado no
original] a tudo que é belo. Cantora da alma, das flôres, grandeza de Deus -
uniu o belo ao divino. Tem pureza espiritual e meiguice estética. Produz poemas
dourados, como aqueles de Tagore, com o gôsto dos jardins, da água limpa, da
casa silenciosa, do sono dos ninhos, dos tímidos sorrisos, dos segredos do
coração.
Judith é poetisa e educadora. Busca a compreensão da
vida, mas humildemente, sequiosa de ternura e de liberdade. Usa o canto a modo
de dar ao próximo noção profunda de espiritualidade, em ânsias de perfeição com
que burila as rimas de poemas admiráveis.
Todo o amor dessa suave poetisa, criatura de Deus por
isso que procura espalhar o Bem, parece transferir-se, sublimado e simbólico,
para o amor à humanidade. Dir-se-ia, da forma que se disse de Gabriela Mistral,
que ninguém lê os versos de Judith Santana sem que lhe queira bem,
retribuindo-lhe a fé nos destinos do homem e na imensa compaixão do Cristo.
Saúdo-a como notoriedade da poesia nordestina. Não a
preocupam as dores e os males dos humanos. Preocupam-na os quadros da infância,
a infinita expressão de bondade, as cousas que enternecem a vida, as pessoas
que purificam a convivência. E também a caridade divina. Nela Deus é a caridade
para que a gente ajoelhasse, e louvasse o encantamento da graça e da virtude.
Assim é Judith Santana nos seus instantes de
poesia-suavidade. Bendigo a por espalhar tanta humildade feita luz, com a força
irredutível da elogiada inspiração para compor belezuras".
AS NOTAS - 1) Festa
de companheirismo na TV dos Associados do Ceará. Piauienses e cearenses num
sábado de muitas alegrias. Sou grato ao convite de Lopes dos Santos para
integrar a comitiva daqui, que foi a Fortaleza em principio dêste maio. 2) O
Dia das Mães, êste ano estêve mais comercializado do que nos anos anteriores.
3) Mais um aniversário da Escola Normal Antonino Freire, condignamente
comemorado. Para lembrança das atuais gerações: a Escola Normal funcionou a
primeira vez em 1865 criada por Franklin de Meneses Dória, presidente desta
província e que se tornaria, ao depois, patrono da Academia Brasileira de
Letras. O educandário viveu apenas um ano. Fechado no ano seguinte, se a
memória não me falha por falta de alunos. Grato ao prof. Camilo Filho pela
gentileza do convite para as solenidades comemorativas de 1970.
In: TITO FILHO, A.
Caderno de anotações. Jornal do Piauí,
Teresina, p. 2, 26 maio 1970.
Nenhum comentário:
Postar um comentário