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segunda-feira, 7 de julho de 2014

CADERNO DE ANOTAÇÕES (136)



POESIA - Com homenagem especial a Helvídio Nunes e Clímaco de Almeida, também dedicado a Renato de Alencar, João Turíbio Monteiro de Santana, Tito Filho, Raimundo Holanda Sobrinho, Raimundo Nonato Monteiro de Santana, Walter Sebastião Vinhas, Lupinha de Aguiar e afetiva recordação da mãe, dos irmãos, dos cunhados e sobrinhos da autora, está presente na coletividade piauiense o livro de Judith Santana - "Salmos do Meu Destino" - primorosa edição da COMEPI.

Escrevi estas expressões para a página de abertura da obra: "Talvez a terra lavada de sol e cheia de colorido seja muito responsável pela inspiração dos criadores piauienses de poesia. A gente dessas bandas é invencível lidadora das letras, apaixonada da beleza. E Judith Santana não foge do mandamento: poetisa do mais alto mérito, parece que tem afeto [apagado no original] a tudo que é belo. Cantora da alma, das flôres, grandeza de Deus - uniu o belo ao divino. Tem pureza espiritual e meiguice estética. Produz poemas dourados, como aqueles de Tagore, com o gôsto dos jardins, da água limpa, da casa silenciosa, do sono dos ninhos, dos tímidos sorrisos, dos segredos do coração.

Judith é poetisa e educadora. Busca a compreensão da vida, mas humildemente, sequiosa de ternura e de liberdade. Usa o canto a modo de dar ao próximo noção profunda de espiritualidade, em ânsias de perfeição com que burila as rimas de poemas admiráveis.

Todo o amor dessa suave poetisa, criatura de Deus por isso que procura espalhar o Bem, parece transferir-se, sublimado e simbólico, para o amor à humanidade. Dir-se-ia, da forma que se disse de Gabriela Mistral, que ninguém lê os versos de Judith Santana sem que lhe queira bem, retribuindo-lhe a fé nos destinos do homem e na imensa compaixão do Cristo.

Saúdo-a como notoriedade da poesia nordestina. Não a preocupam as dores e os males dos humanos. Preocupam-na os quadros da infância, a infinita expressão de bondade, as cousas que enternecem a vida, as pessoas que purificam a convivência. E também a caridade divina. Nela Deus é a caridade para que a gente ajoelhasse, e louvasse o encantamento da graça e da virtude.

Assim é Judith Santana nos seus instantes de poesia-suavidade. Bendigo a por espalhar tanta humildade feita luz, com a força irredutível da elogiada inspiração para compor belezuras".

AS NOTAS - 1) Festa de companheirismo na TV dos Associados do Ceará. Piauienses e cearenses num sábado de muitas alegrias. Sou grato ao convite de Lopes dos Santos para integrar a comitiva daqui, que foi a Fortaleza em principio dêste maio. 2) O Dia das Mães, êste ano estêve mais comercializado do que nos anos anteriores. 3) Mais um aniversário da Escola Normal Antonino Freire, condignamente comemorado. Para lembrança das atuais gerações: a Escola Normal funcionou a primeira vez em 1865 criada por Franklin de Meneses Dória, presidente desta província e que se tornaria, ao depois, patrono da Academia Brasileira de Letras. O educandário viveu apenas um ano. Fechado no ano seguinte, se a memória não me falha por falta de alunos. Grato ao prof. Camilo Filho pela gentileza do convite para as solenidades comemorativas de 1970.    

  
In: TITO FILHO, A. Caderno de anotações. Jornal do Piauí, Teresina, p. 2, 26 maio 1970.

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