A CONCEPÇÃO - De
Afonso Arinos de Melo Franco: "Niemeyer
falou em necessidade de disciplina, para a vida em comum. Mas eu acho que
disciplina não se confunde com prisão, ainda que seja clara. Falta em Brasília
individualismo, personalidade, liberdade. Sou de opinião que se deve manter o
conjunto urbanístico e o estilo arquitetônico tão bem integrados de Lúcio Costa
e Niemeyer. Mas a homogeneidade dos conjuntos não impõe identidade dos aspectos
particulares. Harmonia não é monotonia. Nada mais harmônico do que uma velha
cidade alemã ou uma nova cidade americana, de casas de madeira e jardins sem
muro. Mas a personalidade, o gôsto, a necessidade de cada qual se exprime na
liberdade das soluções. Minha concepção de ordem e disciplina é verdadeiramente
democrática. É esta irredutível sensibilidade democrática que se sente opressa
em Brasília" (A alma do tempo" - 1961 - página 288).
LIVRO - Fiz o quinto
ano do curso de bacharelado na Faculdade de Direito do Piauí, turma de quinze
colegas brilhantes, estudiosos. Era eu o 15º, vindo transferido do Rio de
Janeiro. Cada colega está hoje vitorioso na vida, em diversos setores de
atividade: advocacia, magistratura, ministério público, magistério, política -
consagrados, realizados. Um dêles - Alcebíades Vieira Chaves - é juiz dos mais
acatados da magistratura do Maranhão, com vivência em várias comarcas
importantes, inclusive Caxias.
Jovem ainda,
Alcebíades Vieira Chaves cedo amadureceu para a compreensão e entendimento do
Direito como disciplinador da vida social. Intérprete consciente da lei, na sua
letra e no seu espírito, julga com aprimorada dignificação do papel do
magistrado na solução dos conflitos que os interesses provocam na sociedade dos
homens.
Êsse magistrado de
talento publicou, ano passado, coleção de sentenças e despachos proferidos no
seu honesto juizado, com o titulo de "Nas
Lajes da Judicatura". São decisões claras, plenas de aplicação correta
da lei, apoiadas em doutrina dos nossos tempos e jurisprudência criteriosa dos
tribunais. Valem como lições fiéis de coragem, de fé na ordem jurídica, de convicções
seguras. Elevam-se de linguagem asseada, viva, para a ilustração dos relatórios
e dos argumentos nas sentenças e despachos, aquelas e êstes harmoniosos com
eloqüente magistério jurídico.
Expresso ao Dr.
Alcebíades Vieira Chaves agradecimentos pela generosa dedicatória escrita no
exemplar que a velha amizade me mandou. E mais: sou-lhe sumamente grato pela
transcrição de trechos de votos e acórdãos de meu saudoso Pai, retirados do
livro "Justiça Nacional",
que o Desembargador Arimathéa Tito editorou, nos idos de 1939, a quando da
serventia no Tribunal de Justiça no Piauí.
DA CORRESPONDÊNCIA -
De Derocy Silva, com data de abril de 1970: "Prezado professor Tito Filho. Sabendo que o senhor diz sempre a
verdade, peço que me explique a razão pela qual falta luz no Parque Piauí".
Observação. Existe
convênio par ailuminação pública, entre o fornecedor e a Prefeitura. Êsse
convênio, desde 1966, não sofre reajustamento. Mais ainda: o não pagamento
dêsse fornecimento provoca a suspensão dêste. Talvez seja esta a razão pela
qual o Parque Piauí teve suspenso o fornecimento de iluminação pública.
AS NOTAS - 1) Com
atencioso oferecimento do Presidente do Conselho Federal de Cultura recebo o
primeiro número da "Revista
Brasileira de Cultura". Notável publicação. Grato. 2) De Salvador
Rebouças, com data de 21.5.70, em carta e Fortaleza: "Parabéns ao Piauí pela sua nomeação para a Secretaria de Educação.
Estou certo de que Clímaco de Almeida é um grande governador. Espero que o
cargo não corte a nossa correspondência". 3) Grato ao deputado Joaquim
de Alencar Bezerra pela atenciosa comunicação de haver assumido as elevadas
funções de Presidente da Assembléia Legislativa. O atual Chefe do Legislativo é
das figuras mais expressivas, pela dignidade pessoal e lisura funcional da
política piauiense.
In: TITO FILHO, A.
Caderno de anotações. Jornal do Piauí,
Teresina, p. 2, 30 maio 1970.
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