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segunda-feira, 21 de julho de 2014

CADERNO DE ANOTAÇÕES (146)

Reunido o Conselho Estadual de Cultura. Estive presente, por convite do desembargador Luís Lopes Sobrinho, seu ilustre presidente. Objetivo da reunião: examinar a situação dos conselheiros face a dispositivo da Constituição Estadual (adaptada), que exige aprovação da Assembléia Legislativa para a nomeação de membro do Conselho. Bem se discutiu o assunto. Houve idéia geral: o dispositivo vigorará na escolha de novos membros, respeitando-se os atuais. Ainda assim, deliberou-se, por questão de escrúpulo, enviar consulta a quem de direito.

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Alvina Gameiro, faz poucos dias, veio a Teresina. Objetivo: apresentar ao Piauí, numa noite de convivência com amigos, com intelectuais, com jornalistas, com gente amável, o seu último livro, nomeado "Quinze contos que o destino escreveu". O jornalismo da terra registrou o episódio, com muita simpatia, enaltecendo-o como dos mais bonitos da vida intelectual e espiritual de Teresina. Fiz a apresentação do livro. Situei-o na qualidade de expressiva concepção literária. Alvina, depois, emocionada, rica de sentimentos bons, prestou agradecimento leal e sincero aos seus conterrâneos do Piauí. Dos gêneros literários, o conto, de feito, é o mais difícil de executar, por razões várias. Pois a escritora executou quinze histórias com muito talento. Estilo livre, gracioso, a gente diria estilo enxuto. Linguagem asseada, de encantadora simplicidade. Conteúdo humano. Os tipos que desfilam nas narrativas são nítidos, tirados da vida, copiados da realidade. Alvina, em cada livro, mais se aperfeiçoa. Dela li um romance e uma coleção de poesias. Agora lhe leio os contos, e convenço-me da presença de escritora amadurecida, capaz de concepções literárias ainda mais fortes. Parabéns ao Piauí, que se enriquece da inteligência de sua ilustre filha.



In: TITO FILHO, A. Caderno de anotações. Jornal do Piauí, Teresina, p. 2, 13 fev. 1971.

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