LIVRO de
caracterização de tipos bajuladores, engrossadores, chaleiras. Puxa-sacos:
"Puxa-saquismo ao alcance de todos",
de Nestor de Holanda. Se Nestor vivesse em Teresina, nos dias atuais,
encontraria tipos para uns dez volumes, no mínimo, pis Teresina-1971 brevemente
realizará concurso de puxa-saquismo. Há os de variada tonalidade. Oficiais,
técnicos, graduados, amadores. Alberto Silva pode confirmar o que afirmo. E
sabe o governante que não existe animal mais sórdido do que o puxa-saco. Nestor
de Holanda teve a intenção de mostrar como homens e mulheres podem doutorar-se
em puxa-saquismo. Teresina não tem necessidade de ler a cartilha de Nestor.
Aqui o puxa-saquismo é instituição.
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FIZ leitura de "A vagabunda", de Colette. Romance-documento:
vida dos cafés-concêrto parisienses. As angústias e as misérias dos artistas
dêsses ambientes.
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OBRA curiosa e
instrutiva: "Férias sôbre um tapete
mágico", de Têmis Alves Ribeiro do Amaral. Viagem turística: Lisboa,
Sevilha, Granada, Madri, Roma, Nápoles, Pompéia, Cápri, Veneza, Genebra,
Colônia, Bruxelas, Londres, Paris. Experiências e observações. Para completar o
roteiro turistico, faltou apenas o Piauí - o turismo do Piauí - a zona do
meretrício da Paissandu, a coleção de buracos de Teresina, o pôr-de-sol da
Serra dos Matões, o restaurante da praia de Luís Correia, a maqueta do
Albertão, o futuro jardim zoológico do Secretário da Agricultura, a fábrica de
tuberculosos (cem por mês), a piscina suspensa do Hotel Piauí, a linda cidade de
Itaueira, os periquitos das Sete Cidades, as praias alvíssimas do Rio Poti, o
prodígio da ponte do Parnaíba - ligando Teresina a Timon - como a ponte que
liga miolo de Nova Iorque ao bairro do Brooklin. E o folclore da Secretaria de
Educação. O livro de Têmis está incompleto: falta-lhe, por exemplo, a obra do
Projeto Piauí no Parque Piauí, capital de baratas e de ratos. Falta-lhe o
roteiro turístico da PIEMTUR.
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ÚLTIMO domingo, a
Academia Piauiense de Letras prestou homenagem simples a Deolindo Couto,
professor universitário, cientista de nomeada, membro da Academia Brasileira de
Letras. Pronunciei discurso no dia em que Deolindo tomou posse na Academia
Piauiense de Letras. Na oração, mostrei o quadro da angústia universal,
atormentadora do homem e da mulher, fugitivos da realidade, levados à neurose e
ao marginalismo - e acentuei que o homem e a mulher que sofrem têm disso a
preocupação do grande médico piauiense, na clínica de Neurologia e nas lições
magistrais - os sofredores humanos cujos males devem ser dominados pelo
aperfeiçoamento dos processos de vida social. Na homenagem a Deolindo, ouviu-se
magnífico recitativo do poeta Luís Lopes Sobrinho, recentemente eleito para a
Academia Piauiense de Letras.
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COPIO esta nota
publicada em jornal da terra. Assina-a inteligente confrade de imprensa: "Cocal foi o município mais desprezado pelos
governos anteriores. No ano passado a cidade contava apenas com um grupo
escolar, o qual o prof. Tito Filho, então Secretario de Educação do governo Clímaco,
em visita ao município, encontrou-o em estado precário de funcionamento, o qual
ordenou imediata derrubada, sem jamais ordenar a construção de outro".
OBSERVAÇÃO. Realmente, ano passado, visitei a cidade de cocal. Ali estive no
grupo escolar, de nome José Basson. Essa unidade escolar não se encontrava em
estado precário. Funcionava regularmente. Mobiliário de madeira, já velho, é
verdade. O grupo reclamava ampliação. Não mandei derrubá-lo. Êle lá se
encontra. Necessitava de ampliação. Mais duas salas de aula. Deixei verba para
tanto. Nunca determinei a demolição de nenhuma unidade escolar do Piauí.
Interditei duas delas: uma em Piripiri, outra em Barras. Grupos sujos.
Chiqueiros. Consegui, porém, recuperá-los. Tornei-os saudáveis, como novos.
In: TITO FILHO, A.
Caderno de anotações. Jornal do Piauí,
Teresina, p. 3, 27 nov. 1971.
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