Dissemos que só para
Picos o ex-governador Helvídio Nunes nomeou cinquenta professôras concursadas.
Destas apenas vinte e seis entraram no exercício das funções. As outras vinte e
quatro tomaram posse, sem que pudessem trabalhar e ganhar. Falta de vagas. Conseguimos,
porém, que tôdas assumissem os cargos a partir de primeiro de março dêste ano.
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Na Assembléia
Legislativa se proclamou que a Casa do Estudante vive abandonada dos pôderes
públicos. Quando Secretário de Educação prontamente atendemos a única reivindicação
daquela entidade que nos foi enviada: reparos no prédio. E os reparos foram
feitos. Vive abandonado do govêrno o estudante piauiense. Sem condições de estudar.
Desempregado. Problemas de livro didático. Desassistido. Desorientado. Está
tranquila a consciência do autor destas linhas. Procuramos, em nove meses, dar
novas condições de vida ao estudante. Em Brasília, julho de 1970, reunião de
secretários que ao estudante do ensino médio fôsse dada a oportunidade de
êmprego no MOBRAL (monitores). E a sugestão mereceu consentimento geral.
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Do primoroso poeta
Vasques Filho, em carta de Fortaleza: "Parabéns
pelo cargo que exerceu, de relêvo e de destaque, feito sob medida para a sua
inteligência e operosidade". Obs. O piauiense Vasques Filho está com
város livros prontos (poesia do mais elevado conceito), sem que possa
publicá-los. Não há recursos.
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Remexi as gavetas, as
estantes de livros. Arrumar a casa, depois do exaustivo trabalho à frente de
pasta governamental. Revi o livro de Herculano Moraes - "Meus Poemas Teus", por nós
prefaciado, e nos lembramos da cooperação que demos a Herculano para nôvo
livro, ainda no prelo. Cooperação oficial, para a observância da meta de
despertar as vocações no sentido de desenvolver o gôsto literário e artístico.
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Leia: "Partidos Políticos Americanos", de
Brinkley. Interpretação segura das lutas partidárias nos Estados Unidos.
Análise da Guerra de Secessão. Livro para estudo e meditação.
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O Sindicato dos
Jornalistas do Piauí deve participar da Conferência Nacional dos Jornalistas,
em Goiânia, junho de 1971. Sempre a delegação piauiense se projetou,
condignamente, em conferências e congressos profissionais. Participamos do
Congresso de Curitiba, e todos atuaram com prestigiosa responsabilidade. Veio
depois a Conferência de Belo Horizonte. Tivemos oportunidade de discutir o
Código de Ética. Mostramos que o projeto de jurista mineiro não se harmonizava
com uma carta de princípios para o jornalismo. Derrotamos Minas Gerais e os
seus juristas. Deliberou-se que o Código seria reformulado. No Congresso
seguinte, Pôrto Alegre, fomos o presidente da Comissão Especial do Código de
Ética, de cuja discussão participou Danton Jobim. Merecemos designação como
relator do trabalho. Grande vitória do Piauí. Finalmente, a Conferência de
Teresina, em 1969, se transformou em extraordinário sucesso para a vida
jornalística do Piauí. Exercemos a presidência da importante Comissão Especial,
e fomos designado relator e redator de todos os trabalhos da Conferência. Outra
vitória piauiense.
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Na construção dos
prédios escolares do Piauí predomina o adobe, de fraca consistência. Apenas um
têrço dos prédios existentes é de alvenaria. Piso predominante: chão batido.
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Devia quase nada
quando me tornei Secretario de Educação. De lá saí com dívidas nos bancos:
quase dez mil contos. Entrei sem carro. Saí sem carro. Ando em carro que me foi
emprestado por amigos.
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Dia 15 de março
passei ao prof. Itamar Brito o cargo de Secretário de Educação e Cultura do
Piauí, e dêle recebi elogiosas referências. Referências confortadoras. Chegou a
dizer o ilustrado mestre que adotei ali o regime da responsabilidade, ou da
co-responsabilidade.
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Exonerei-me do
Ministério da Agricultura, dia 15 de março. Trabalhei nesse organismo federal
sete anos, num trabalho constante, sem que nunca tenha ao menos gozado de
férias. Agradeço publicamente as atenções que todos me dedicaram nesse período,
especialmente o dr. João Alves de Moura. Conquistei amigos, graças a Deus. Fui
lhano, humano, correto com os colegas, superiores e subordinados. Isto conforta
e enobrece.
In: TITO FILHO, A.
Caderno de anotações. Jornal do Piauí,
Teresina, p. 2, 28 mar. 1971.
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