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segunda-feira, 4 de agosto de 2014

CADERNO DE ANOTAÇÕES (167)

Hindemburgo Dobal é expressão consagrada da poesia brasileira de nossos dias. A crítica enalteceu "O Tempo Consequente", que não li. Mas encantei-me, agora, com êste "O Dia sem Presságios", prêmio Jorge de Lima do Instituto Nacional do Livro (1969), poesias de interpretação das cousas, das criações, dos gestos desta atribulada segunda metade do século vinte. Poesias que mais semelham lições sociológicas, ou protestos contra a desumanização da vida.

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Cláudio Pacheco (estrutura intelectual poderosa) mandou-me "Cem Anos de Solidão", de Gabriel Garcia Márquez, ainda o ano passado. Mas só recentemente realizei leitura dessa obra, que a crítica recebeu como um nôvo "Dom Quixote". Livro de ação e de violência, também de humor, de lirismo, truculento e trágico.

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Recebi correspondência de José Osório Naves, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Goiás, figura marcante de congressos e conferências nacionais de jornalistas. A carta comunica-me a fixação do período para a VIII Conferência Nacional de jornalistas (23 a 27 de junho), em Goiânia (Clube de Regatas Jaó). Oito representantes de cada Sindicato. Está sendo organizado o temário.

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Dois dias antes de deixar as funções de Secretario de Educação e Cultura, recebi homenagem do Serviço Estadual de Cultura, Serviço de Relações Públicas e do Serviço Social do Escolar, departamentos que organizei e que a partir de dezembro começaram a funcionar. Os sentimentos de todos os servidores dêsses órgãos foram interpretados por Josias Carneiro da Silva. No agradecimento, pedi que não faltasse a nenhum os deveres da vigilância, do trabalho, da dedicação.

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Da brilhante advogada piauiense, Maria Diana Brito Paternostro: "O seu trabalho, sem qualquer espírito louvaminheiro, foi muito além do que poderia ser. Bondade e desprendimento provados. A gratidão de todos deve crescer indefinidamente". OBS. Diana reside no Rio de Janeiro, faz anos.

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Dia vinte e quatro de março de 1963, pela manhã, faleceu em Teresina o Des. Arimatéa Tito, pai do autor destas linhas. Foi homem de bem. Neste oitavo aniversário do episódio rendi homenagem à viúva, Maria Edite de Resende Tito, em quem Arimathéa encontrou companheira de extraordinária dedicação.

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Princípio de março assegurei que os estudantes do ensino médio não ficariam sem matrícula, neste 1971. E determinei a criação dos anexos do Colégio Zacarias de Góis ao Departamento de Educação Média. Agora leio em jornal da terra que a Secretaria de Educação vai abrir ou vai criar anexos. Não é possível, salvo se forem criados outros anexos.

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Dos três mil e trezentos e tantos prédios escolares da rêde primária apenas oitocentos e poucos são próprios e construídos para fins escolares, embora o programa educacional do ilustre governador Alberto Silva (programa fabricado friamente no Rio, como numa mesa de necrotério, para enganar o governante) nenhuma referência faça ao escandaloso fato (as metas não tratam de rêde escolar).

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Esperantina. Cidade acolhedora, cativante. Magistério de muita responsabilidade. Excelentes meninas comandam ali o ensino primário. Encontrei o Grupo Escolar Davi Caldas em péssima situação. Estragado e pequeno. Construção velha. Levei a efeito a recuperação do grupo e aumentei-o de mais duas salas. Sete no total, agora. O mobiliário antigo foi substituído por equipamento nôvo, moderno, e o antigo distribuído por quatro unidades rurais. Também contratamos os serviços de recuperação do Ginásio Estadual de Esperantina, que está sendo feita. Programa - ou meta adotada por mim - zêlo da rêde escolar, para que a educação se desenvolva em ambiente sadio de higiene. Da diretora do Grupo Davi Caldas recebi agradecimentos.

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Prestaram-me os chefes e funcionários da Secretaria de Educação expressiva homenagem afetiva, na véspera de despedir-me das funções. Brinde valioso pela significação espiritual me foi gentilmente oferecido.     



In: TITO FILHO, A. Caderno de anotações. Jornal do Piauí, Teresina, p. 2, 27 mar. 1971.

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