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sábado, 17 de maio de 2014

CADERNO DE ANOTAÇÕES (96)



DA CORRESPONDÊNCIA - Da distinção de Dona Teresinha Nunes de Barros recebo, com data de 24.3.1970: "Jornalista Tito Filho. Em resposta à sua consulta de 3.2.70, na qual nos solicitou exame quanto ao valor de pensões de egressos da Colônia do Carpina, com satisfação vimos informar que tomamos todo interêsse e providências, chegando à conclusão de que a pensão, no valor de trinta cruzeiros novos e cinquenta centavos mensais, por fôrça da Lei 2.990, de 5.11.69, foi referida pensão elevada para setenta cruzeiros novos mensais. Esclarecemos que neste mês de fevereiro já iremos fazer o pagamento integral, inclusive com a diferença do mês de janeiro. Atenciosamente, Maria Teresinha Nunes de Barros, Presidente do SERSE".

REGISTRO - Carlyle Martins, o admirável beletrista cearense, assim escreveu, no jornal "Unitário", de Fortaleza, edição de 8.3.70, a respeito do último livro de Altevir Alencar: "Altevir Alencar acaba de obter mais uma vitória no mundo das letras, com a publicação do livro intitulado DENTRO DE MIM, através de cujo contexto se vislumbro a sensibilidade de que é possuidor. Autor de quatro volumes de poesias, um dos quais "Poemas para quem sabe amar", com duas edições, Altevir Alencar concatena versos com arte e bom gôsto, sendo considerado uma das figuras primaciais da atual geração. DENTRO DE MIM, de 96 páginas, num volume de bonita feição material, com capa ilustrada, é trabalho que recomenda os créditos de Altevir Alencar, cujos versos são sempre revestidos de alguns laivos de amargura, o que talvez signifique o modo melancólico por que êle encara a vida, através de cujo panorama quem sabe vislumbra tonalidades sombrias e crepúsculo revestidos de côres violáceas. Revelação de um estilo inquieto, cheio de ânsia e inquietude, Altevir Alencar é poeta na acepção larga do vocábulo, esculpindo versos que nos falam intimamente ao coração, como se nêle se derramasse uma ânfora de perfumes. Para tão formosa coletânea, o ilustrado escritor e renomado esteta, dr. A. Tito Filho, escreveu judicioso prefácio, pondo em relêvo as primaciais qualidades de Altevir Alencar, um poeta que irá longo, se o sol da indiferença não crestar a radiosa floração do seu ideal. Ao estimado amigo e distinto confrade nossas felicitações pela publicação de um nôvo livro, com votos de completo êxito literário".

POLÍTICA - De Drummond Júnior, de Brasília, em data recente: "Acabo de saber, sem confirmação, que o nome do coronel Stanley Batista foi levado pelo próprio Rondon Pacheco, justamente com outros. Se verdadeira a informação, deve ter prevalecido um pertinaz trabalho político do senador Cândido Ferraz, a qual se atribui a inspiração daquela candidatura. Recorde-se que na eleição passada o militar circulou como candidato, tendo havido recuo do seu nome por uma de duas alternativas: falta de domicilio eleitoral ou recusa do próprio. O nome do coronel Antônio Alexandrino Correia Lima parece ter sido lembrado pelo senador Petrônio, com aquiescência do governador. Neste caso deve ter ocorrido o seguinte: a colocação dos nomes dos dois militares em confronto poderia criar um impasse, desde que ambos possuem qualificação para a investidura ao govêrno. Êsse impasse provocaria a abertura de um terceiro nome, como denominador comum, indicado por Petrônio e Helvídio. Ao que parece Rondon Pacheco fugiu ao confronto das candidaturas Stanley e Alexandrino, preferindo fixar-se numa delas".


In: TITO FILHO, A. Caderno de anotações. Jornal do Piauí, Teresina, p. 2, 11 abr. 1970.

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