CADERNO DE ANOTAÇÕES (103)

POESIA - Judith Santana escreveu êste cromo, com o título de "Gentileza no Olhar":

Tu que tens a gentileza

No olhar que traduz nobreza

De um coração bem formado,

Tens no olhar a simpatia

Que de tua alma irradia

Num gesto sempre educado.

Teus olhos entendem, falam

Mesmo quando os lábios calam

Por um motivo qualquer,

Sorriem com tal firmeza

E revelam gentileza

Que muito agrada a mulher.

Teus olhos brilhantes ficam

Quando bem significam

Felicidade, afeição,

Tens nos olhos expressivos

Os sentimentos mais vivos

De bondade e compreensão.

Para um raminho de gente

Demonstras mais diferente

A gentileza no olhar,

Tens nos olhos a expressão

De uma suave canção

Numa noite de luar.

NOBEL - Eis pergunta que me mandou José Marques de Oliveira: "Quem ganhou o último prêmio Nobel de Física, Química e Biologia?" - Resposta. O sueco Nobel (invenção: dinamite) deixou, ao morrer, considerável fortuna, da qual, grande parte, em testamento, foi destinada a prêmios anuais, em número de cinco: 1.º) Fisiologia a Medicina, concedido pelo Royal Caroline Medico-Chirurgical Institute, de Estocolmo; 2.º) Física, concedido pela Academia Real de Estocolmo; 3.º) Química, também concedido pela Academia Real de Estocolmo; 4.º) Literatura, concedido pela Academia Sueca; e 5.º) Paz, concedido pelo Comitê Nobel do Parlamento da Noruega. A distribuição da honraria começou em 1901. Interessante: uma ou mais pessoas podem ser contempladas, e deste caso se divide o prêmio em partes iguais. Qualquer dos prêmios ode deixar de ser concedido, e neste caso se acumula o dinheiro para o ano seguinte. Em 1969 foram contemplados: Murray Gell Mann, dos Estados Unidos, Física; Derex Barton, Inglaterra, e Odd Hassel, Noruega, Química; Max Delbrual e Alfred Hershey, ambos dos Estados Unidos, Medicina. Como observa o prezado missivista José Marques de Oliveira, não existe prêmio de Biologia. Edição da revista "Manchete", recente, relaciona o prêmio Nobel de Economia, mas erradamente: não há prêmio Nobel de Economia.

AS NOTAS - 1) Roosevelt da Silveira, em carta de Guaçuí, Espírito Santo, com data de 13.1.1970: "Desde os meus tempos de curso colegial venho colecionando dados biográficos de escritores e intelectuais brasileiros da atualidade. Assim, é com imenso prazer que lhe escrevo, e gostaria muitíssimo de poder contar com a sua resposta". Observação. Já enviei os dados pedidos.

2) Félix Aires ofereceu-me êstes versos:

"Tito Filho é jóia rara

De nossa democracia

O dínamo que não pára

De trabalhar noite e dia

Tito Filho em atividade

pequeno em sua grandeza

Serve à coletividade

Presta assistência à pobreza".

3) Houve solenidade de assinatura da lei instituidora do Plano de Desenvolvimento Local Integrado. Grato ao convite do prefeito Jose Raimundo Bona Medeiros.

In: TITO FILHO, A. Caderno de anotações. Jornal do Piauí, Teresina, p. 2, 29 jan. 1970.