DA CORRESPONDÊNCIA - Para programa de Rádio
Clube, recebi, com data de 12.1.70, a seguinte carta de Assis Fortes,
inteligência muito cultivada: "Prezado
Tito Filho. Depois de alguns dias de luta, consegui compor esta poesia (sonêto)
que lhe remeto. Sei que são muitos os pedidos de divulgação que lhe fazem
através do seu programa em Rádio Clube. Contudo gostaria de ouvir suas
observações sôbre a poesia em aprêço. Sintonizarei a emissora da TV Piauiense.
Aliás na casa onde resido já se tornou costume ouvir o proveitoso programa que
o senhor faz. Fiquei em dúvida ao dar o título à poesia, pois ora queria POR
QUE FUMAS?, ora pensava colocar O SARRO DO CIGARRO. Que acha o senhor? Qual o
mais adequado? Um abraço cordial".
Se me pertencesse o sonêto eu lhe daria o
título de MASCULINIZAÇÃO. Eis a interessante concepção de Assis Fortes:
"Por
que fumas, mulher, por que insistes
Em
conservar êsse teu feio gesto?
Não
te controlas, então não resistes
Deixar
de lado o vício que detesto?
Por
que insistes, se é que me amas
E
queres ver-me sempre em paz contigo?
Não
sabes que meu peito arde em chamas
E
que não sou pra ti simples amigo?
Se
estou contigo, que felicidade!
Não
fico triste nem sinto saudade.
Tua
presença muito bem tudo harmoniza.
Mas
se te beijo e de ti me desgarro
É
porque sinto o sarro do cigarro
Que
te enfeia e te masculiniza”.
POESIA - De Samuel Elegância, com o título de
"Salvador", recebo estas três estrofes:
I
Louvai,
louvai,
Com
amor e alegria
O
Jesus das profecias
Pelo
seu grande amor.
II
Foi
êle quem nos amou,
E do
inferno nos livrará,
Louvá-lo-ei
com mais fervor
Para
ao céu me transportar.
III
Morreu
na cruz com grande dor,
Para
os nossos pecados livrar,
Para
provar o seu amor
E de
graça nos levar.
HAMURÁBI - Pergunta de Heráclito Sousa Neto:
"Com relação aos Códigos dos deus,
qual o conteúdo do Código de Hamurábi, rei da Babilônia, que foi ditado pelo
rei Marduk?".
Observação.
Marduk ou Mardouk foi adorado na Babilônia como deus supremo, mas nunca ditou
código algum. Na sua crença, o povo babilônico admitia que um deus tivesse
entregue ao rei da Babilônia as leis do império. Simples fantasia. Fato
mitológico. O padre Scheil muito pesquisou a respeito do Código de Hamurábi,
sexto rei da Babilônia, que determinou a compilação das leis com o seu nome.
Êsse código foi gravado numa coluna. Quatro mil linhas escritas. Divide-se em
dois capítulos: 1) a propriedade e 2) as pessoas. O primeiro possui três
divisões: a) repressão do roubo; b) perda e transmissão da propriedade e
locação; c) transações comerciais. O segundo também compreende três partes: a)
a família; b) as ofensas corporais; c) os trabalhadores (libertos e escravos).
In: TITO FILHO, A. Caderno de anotações. Jornal do Piauí, Teresina, p. 2, 22 fev.
1970.
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