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quarta-feira, 25 de junho de 2014

CADERNO DE ANOTAÇÕES (120)

DA CORRESPONDÊNCIA - Para programa de Rádio Clube, recebi, com data de 12.1.70, a seguinte carta de Assis Fortes, inteligência muito cultivada: "Prezado Tito Filho. Depois de alguns dias de luta, consegui compor esta poesia (sonêto) que lhe remeto. Sei que são muitos os pedidos de divulgação que lhe fazem através do seu programa em Rádio Clube. Contudo gostaria de ouvir suas observações sôbre a poesia em aprêço. Sintonizarei a emissora da TV Piauiense. Aliás na casa onde resido já se tornou costume ouvir o proveitoso programa que o senhor faz. Fiquei em dúvida ao dar o título à poesia, pois ora queria POR QUE FUMAS?, ora pensava colocar O SARRO DO CIGARRO. Que acha o senhor? Qual o mais adequado? Um abraço cordial".

Se me pertencesse o sonêto eu lhe daria o título de MASCULINIZAÇÃO. Eis a interessante concepção de Assis Fortes:

"Por que fumas, mulher, por que insistes
Em conservar êsse teu feio gesto?
Não te controlas, então não resistes
Deixar de lado o vício que detesto?

Por que insistes, se é que me amas
E queres ver-me sempre em paz contigo?
Não sabes que meu peito arde em chamas
E que não sou pra ti simples amigo?

Se estou contigo, que felicidade!
Não fico triste nem sinto saudade.
Tua presença muito bem tudo harmoniza.

Mas se te beijo e de ti me desgarro
É porque sinto o sarro do cigarro
Que te enfeia e te masculiniza”.

POESIA - De Samuel Elegância, com o título de "Salvador", recebo estas três estrofes:

I

Louvai, louvai,
Com amor e alegria
O Jesus das profecias
Pelo seu grande amor.

II

Foi êle quem nos amou,
E do inferno nos livrará,
Louvá-lo-ei com mais fervor
Para ao céu me transportar.

III

Morreu na cruz com grande dor,
Para os nossos pecados livrar,
Para provar o seu amor
E de graça nos levar.

HAMURÁBI - Pergunta de Heráclito Sousa Neto: "Com relação aos Códigos dos deus, qual o conteúdo do Código de Hamurábi, rei da Babilônia, que foi ditado pelo rei Marduk?".
Observação. Marduk ou Mardouk foi adorado na Babilônia como deus supremo, mas nunca ditou código algum. Na sua crença, o povo babilônico admitia que um deus tivesse entregue ao rei da Babilônia as leis do império. Simples fantasia. Fato mitológico. O padre Scheil muito pesquisou a respeito do Código de Hamurábi, sexto rei da Babilônia, que determinou a compilação das leis com o seu nome. Êsse código foi gravado numa coluna. Quatro mil linhas escritas. Divide-se em dois capítulos: 1) a propriedade e 2) as pessoas. O primeiro possui três divisões: a) repressão do roubo; b) perda e transmissão da propriedade e locação; c) transações comerciais. O segundo também compreende três partes: a) a família; b) as ofensas corporais; c) os trabalhadores (libertos e escravos).
 


In: TITO FILHO, A. Caderno de anotações. Jornal do Piauí, Teresina, p. 2, 22 fev. 1970.

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