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segunda-feira, 16 de junho de 2014

CADERNO DE ANOTAÇÕES (113)



DA CORRESPONDÊNCIA - De Jackson Moreira, com data de 16.1.70: "Caro Ari. Comentei, dias atrás, no meu programa "A Cidade Nua", procurando mais uma vez ajudar a comunidade teresinense, o caso dos namoros escandalosos em plenas praças públicas, aqui em Teresina. Salientei que os pais têm uma grande parcela de responsabilidade na prática dessa licenciosidade de costumes por parte dos filhos.

"Recebo, agora, meu prezado amigo, recorte de um comentário sôbre o assunto, escrito pelo jornalista Sebastião Negreiros, publicado no jornal "O Dia", sob o título "Licenciosidade de Costumes". O nosso amigo Negreiros, endossando algumas considerações por mim emitidas, procura no entanto discordar de minha opinião no tocante à responsabilidade dos pais.

"O problema é, sem dúvida, complexo. Daí dirigir ao distinto professor e jornalista, homem de profundos conhecimentos humanos e sociais êste bilhete, solicitando que faça em tôrno da questão mais um de seus abalizados comentários. Não importa que a razão esteja comigo ou com o Negreiros. Importa, sim, que todos nós possamos contribuir, com algo nosso, em benefício desta mocidade, que procura, ávida, a porta do horizonte e que, não a encontrando, perde a cabeça e passa a cometer, afoitamente, erros cujas conseqüências dificilmente poderá suplantar.

"Assim sendo, nas mãos do querido amigo e mestre coloco o problema "Licenciosidade de Costumes", esperando a sua palavra sôbre esta sensível questão.

Observação. A intensa publicidade de erotismo, pela televisão, pela revista, por cartazes - eis um dos fatôres dessa licenciosidade. A exaltação do sexo (concurso de misses, com finalidade lucrativa) também é outra causa, e das principais. O relaxamento dos freios morais da família coloca-se em primeiro plano. E mais o cinema de ângulos sexuais, o teatro explorador de temas sexuais, a moda. Ao cabo de contas, está na família, que consente nesses males todos, a responsabilidade maior pela queda do pudor neste atribulado século XX, salvo melhor juízo.

AS NOTAS - 1) Para orientação de José Marques de Oliveira, que me fêz esta pergunta: "Como se chama o cientista que isolou o vírus do câncer?" Resposta: a revista "Veja" escreve que Donald Morton e Frederick Edber, pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer nos Estados Unidos, anunciaram em Paris ter conseguido isso pela primeira vez um vírus causador do sarcoma em sêres humanos. O sarcoma - diz a revista - é o câncer dos tecidos mais profundos do corpo. Acrescenta essa conhecida publicação que são conhecidos mais de trinta tipos de câncer. De seu lado, a revista "O Cruzeiro", edição de 6.1.70, apresenta a fotografia de três cientistas norte-americanos como os que isolaram o vírus do câncer: Richard Malmoren, Donald Morton e Kenneth Cook. 2) Simplício Mendes ofereceu almôço ao poeta Félix Aires, com a participação de Fontes Ibiapina e Tito Filho. Também o prof. Raimundo Santana almoçou, no aeroporto, com o autor de "Antologia de Sonetos Piauienses". 3) J. Miguel de Matos foi a São Luís, por convite do proprietário do Palace Hotel. Objetivo: lançamento, na capital maranhense, de "Pisando os Meus Caminhos". 4) Ontem, nesta coluna, saiu: "Acórdãos de quem foi relator"..." Mas escrevi: "Acórdãos de que foi relator...". 5) A construção "Teresa Cristina", rua Riachuelo, está prejudicando o escoamento das águas nas ruas São João e Olavo Bilac. Registro o fato, a pedido dos moradores interessados, para providências do prefeito José Raimundo. 6) Encerradas as inscrições para preenchimento da vaga do desembargador Robert Carvalino no Tribunal de Justiça. Sete candidatos: Djalma Veloso, Wilson Brandão, Aluísio Ribeiro, Omar Rocha, Celso Barros, Humberto Coelho e Tito Filho.


In: TITO FILHO, A. Caderno de anotações. Jornal do Piauí, Teresina, p. 2, 27 jan. 1970.  

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