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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

CADERNO DE ANOTAÇÕES (195)

Determinação de Karla: "Diga os motivos que desencadearam as duas grandes guerras mundiais, bem como os países que nelas tomaram parte". RESPOSTA. Primeira Grande Guerra. Motivos: antagonismos germano-eslavo nos Bálcãs, ambições coloniais da Alemanha, pretensão de a Alemanha influir no Oriente e a CORRIDA ARMAMENTISTA. Países: de um lado, Alemanha, Áustria-Hungria, Turquia, Bulgária. Do outro lado, França, Itália, Romênia, Estados Unidos, Grécia, Portugal, Brasil, China, Sião. Início da guerra: 28.7.1914. Final: onze de novembro de 1918 (Tratado de Versalhes). Segunda Grande Guerra. Causa principal: imperialismo, dominação de mercados. Países: de um lado, Polônia, Inglaterra, França, Rússia, Estados Unidos, China, Brasil e os países ocupados pela Alemanha e pela Itália (Dinamarca, Grécia, Noruega, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Iugoslávia, Checoslováquia, Abissínia). Do outro lado Alemanha, Itália, Japão, Hungria, Romênia e Bulgária. Início: primeiro de setembro de 1939. Final: oito de maio de 1945. Continuou lutando o Japão até agôsto, quando das bombas atômicas sôbre Hiroxima e Nagasáqui.

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REVISTA PLACAR, de 31-12-71. Informação: "Apenas o Santa Cruz, tricampeão de Pernambuco e com um presidente milionário, não mostra muito entusiasmo em acompanhar a linha de ação de seus principais adversários. James Thoro (presidente), com cêrca de um milhão enfiado no clube, reconhece que os concorrentes estão certos, inclusive porque os salários do Santa vivem atrasados" (página 32). Na mesma página: "No Sport club Recife o exame das contas feito pelo conselho deliberativo foi o suficiente para mostrar a necessidade de seguir novos caminhos no próximo ano. Os gastos de 1971 foram muito altos e as campanhas desportivas não corresponderam". OBSERVAÇÃO. Essas situações são de quase todos os clubes brasileiros. Veja-se: nas grandes cidades. Enquanto, com um futebol pobre, Teresina vai possuir estádios para sessenta mil pessoas.

Ainda na página referida escreve PLACAR: “O Atlético Mineiro não perdeu a oportunidade. Recebido em palácio para comemorar o título de campeão do Brasil, soprou no ouvido do governador Rondon Pacheco que o melhor presente seria a de devolução do Estádio Antônio Carlos, em reconhecimento aos RELEVANTES SERVIÇOS prestados ao Estado".

Arremata a notícia: "O engraçado da estória é que o estádio foi vendido ao Estado pelo próprio Atlético, no ano passado, para pagar suas dívidas e levantar o clube".

Informa a mesma revista, páginas 38 e 39:

- O jôgo Corinthians e América deu apenas dezessete mil cruzeiros.

- O último Fla-Flu, no Maracanã, rendeu apenas cinquenta e três mil cruzeiros.

OBSERVAÇÃO. Êsses clubes referidos têm grandes torcidas organizadas. Mas não há renda. Quando uma disputa Flamengo e Fluminense, no Maracanã, arrecada apenas cinquenta e três mil cruzeiros, está confirmado o que venho asseverando: os estádios monstruosos vivem secos de gente.

Observe-se mais esta notícia da revista, na página 34: "Um ditado muito velho diz que NO CEARÁ NÃO TEM DISSO NÃO. Mas na realidade, no Ceará acontecem cousas que só lá mesmo. Agora o Calouros do Ar sagrou-se campeão da Taça Governador do Estado por WO. O Ceará, o Ferroviário e o Fortaleza resolveram desistir da rodada final. É o velho problema da falta de rendas".

É o que tenho dito e repito. Renda de jôgo de futebol está difícil. Em Teresina, jogos empolgantes entre o River e o Flamengo, vão a vinte mil cruzeiros.

A publicidade do Albertão atesta que pululam estádios fabulosos no Brasil. Não é assim. Há o de Manaus. Vive sêco. O de Fortaleza está desafiando a César Cals. Monstruosidade inacabada. O de Natal vive às moscas. Não há governo que queira concluí-lo. Disse-me Rodrigues Filho que o governador das Alagoas não sabe que fazer do Pelezão. Vivem secos o Maracanã e o Mineirão.

E o Batistão, de Aracaju? Passo a palavra a Cilson Rosemberg, da revista PLACAR, edição de 31 de dezembro de 1971, página 34:

"Na hora de fazer o estádio grandioso, ninguém pensou no tamanho dos clubes, no número de torcedores, na atração que o futebol representa para os habitantes da cidade. Por isso, aconteceu: o Olímpico resolveu realizar um jogo amistoso no Batistão - um elefante branco: capacidade para cinquenta mil espectadores - e convidou o Vasco Esporte Clube. tudo acertado, os dois clubes fizeram muitos planos de renda de um domingo de estádio cheio. Moral da história: apenas SETENTA E SEIS torcedores pagaram ingresso. Renda total: trezentos e dez cruzeiros. Foi quando a Federação Sergipana resolveu tomar a frente do negócio. Pagou tôdas as despesas e os clubes ainda receberam, cada um, Cr$ 1,62 (um cruzeiro e sessenta e dois centavos de gorjeta. Ficou a lição: não adianta estádio grande para futebol pequeno. Será que êles a aprenderão? Parece que não".



TITO FILHO, A. Caderno de anotações. Jornal do Piauí, Teresina, p. 6, 06 jan. 1971.

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